falta de norma coletiva pode afetar supermercados e shoppings

Sinecol e Sicomércio se desentendem; falta de norma coletiva pode afetar supermercados e shoppings

As entidades que representam lojistas e trabalhadores do comércio se desentendem quanto aos termos do acordo coletivo. A autorização para que os profissionais que atuam em shoppings e supermercados trabalhem aos feriados expirou no último dia 31. Na falta de nova norma coletiva, os estabelecimentos podem não ser autorizados a convocar os trabalhadores para o próximo dia 12 de outubro, Dia das Crianças, data forte de vendas.

“Até o momento não existe norma coletiva de trabalho que autorize o labor dos empregados em feriados, inclusive em mercados e shoppings, existindo tempo hábil para que o sindicato patronal converse com o sindicato dos comerciários com o propósito de uma negociação sem retirada de direitos dos trabalhadores, inclusive para liberação do labor nos feriados a partir de 12 de outubro se for o caso”, diz o Sindicato dos Comerciários de Limeira (Sinecol).

São muitos os pontos de divergência e, entre eles, o reajuste. O Sindicato Patronal do Comércio Varejista propôs não reajustar os salários neste ano e justificou a dificuldade de diversos setores devido à pandemia do novo coronavírus. O Sinecol não concorda e pede, ao menos, 5% no valor do benefício de cláusula econômica. Além disso, há o interesse dos lojistas em abrir as lojas dos shoppings às 12h aos domingos e feriados e não mais às 14h. Esse é um pedido antigo da categoria.

“Recebemos uma proposta do sindicato patronal para celebração da nova Convenção Coletiva de Trabalho de cláusula sociais e econômicas sem qualquer reposição salarial ou reajuste, postulado a retirada de aproximadamente 30 cláusulas da CCT que suprem direitos dos trabalhadores e não concordamos. O sentimento que ficamos diante da proposta é de total frustração e desrespeito para com o trabalhador, fica evidente que o sindicato patronal não pretende negociar e sim retirar direitos coletivos obtidos nas últimas décadas pelas negociações e boa relação capital trabalho tida até então” informa, em nota, o Sinecol.

O sindicato pede um acordo nos mesmos termos do anterior, com reajuste de ao menos 5%. “Este setor não sofreu em nada com a pandemia, ao contrário, mostrou crescimento e emprenho dos trabalhadores que estão desde o início laborando expostos ao coronavírus, tendo o sindicato patronal apresentado uma proposta sem qualquer recomposição ou reajuste dos valores”. Para o horário de domingos e feriados, nos shoppings, a entidade pretende manter a mesma norma anterior.

LOJISTAS CITAM CRISE

O diretor do Sicomércio, Martin Clemente, comenta que os comerciantes, de fato, não conseguem conceder aumento e pretendem mudar cláusulas no acordo. “O comércio ficou muito tempo parado devido à pandemia. Queremos mudar as cláusulas para conseguirmos manter trabalhadores e fique mais fácil fazer contratações. Entendemos que não é possível falar em aumento, sendo que muitos, como os shoppings, por exemplo, precisaram fechar as portas”, cita ele.

Clemente diz que a falta do aumento é uma realidade em todo o Estado. “O comportamento é esse e iremos explicar isso ao sindicato para que possamos preservar os empregos”.

Segundo ele, o momento é de união para que a economia se reerga. “Infelizmente, devido à pandemia, pode haver pessoas que fechem as portas. Esse é um momento de compreensão de todos”, comenta ele. A falta do acordo preocupa. “O Dia das Crianças é uma data que temos expectativa de boas vendas”.

Fonte: Gazeta de Limeira

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